19.11.07



Um destes dias, reencontrei-me com o meu caderno de viagens do 4º ano da faculdade, realizado para a cadeira de História da Arquitectura Portuguesa, ou pelo menos da cópia que possuo, já que o original, depois de ter feito parte da exposição da anuária da FAUP, ficou da propriedade da faculdade. Folheei-o lentamente e cada página me trazia à memória uma pequena história de cada esquisso, de cada desenho... Estes dias tenho-me entretido a digitalizar as suas páginas já que o caderno improvisado que montei começa a apresentar alguma deterioração.
Seria de estranhar que alguém que desenhe constantemente caia neste efeito nostálgico do passado revivido no desenho, no entanto, e para além dos desenhos de trabalho, dos estudos e dos projectos, muito poucos são os desenhos que guardo para mim. Normalmente, cada desenho tem à partida um destino e nunca deixo esse destino morrer-me nas mãos ou nos olhos...
Poucos ou nenhuns são os desenhos meus que posso observar no meu repouso ou no meu dia a dia. Mas também há o outro lado da medalha; cada vez que me encontro com um desenho ou uma pintura minha, ela abraça-me como um filho pródigo e eu acolho-a ...


... e nasço de novo.


[esquissos do interior da igreja românica de Rates, em cima; e da igreja pré-românica de Santa Comba de Bande, em baixo]